segunda-feira, 1 de novembro de 2010

RECUPERAR... RECOMEÇAR...

Memórias… não é por acaso!
Deve-se ao “O fio essencial das coisas“ que em “As Cidades e a Memória” fez-me reviver a cidade onde nasci e ao qual não é fácil voltar (não é como ir à terra num fim-de-semana prolongado), a não ser nas boas memórias.

Também “As moradas invisíveis” fez-me lembrar a minha primeira casa que me veio à memória (não é a minha primeira, nem segunda casa onde morei desde que nasci, pois dessas não me lembro como tal, apesar das fotografias que tenho), assim a foto acima (1960?), em memória à minha antiga casa onde vivi e “fui muito feliz”, retrata a “preto e branco” fielmente a entrada dessa minha casa. Do mesmo modo tentei retratar a cor da escada (mas não está totalmente conseguida) que estava sempre encerada a vermelho e polida.

3 comentários:

  1. Essa menina existe enquanto existir a fotografia, enquanto esta for actualizada pelo olhar que a observa. Nós somos a nossa memória.
    A actualização da memória em realidade. A arte capta o momento, como Deleuze diz, ainda que limitada aos materiais de suporte (fotografia, escrita ....):" O rapaz sorrirá na tela enquanto esta durar. O sangue lateja sob a pele deste rosto de mulher, e o vento agita um ramo, um grupo de homens prepara-se para partir. Num romance ou num filme, o jovem deixará de sorrir, mas recomeçará se nos reportarmos a determinada página ou determinado momento. A arte conserva, e é a única coisa no mundo que se conserva. Ela conserva e conserva-se em si (quid juris?), ainda que não dure mais que o seu suporte e os seus materiais (quid facti?)."
    A propósito recordo o início de uma coisa que escrevi [Há sempre uma memória subjacente, difusa, indefinida, aparentemente perdida, a nostalgia do presente distante, inexistente ou uma memória de futuro. Um vestígio. É essa memória pressentida, implícita, o fio invisível, essencial, que nos segura, que nos liga às coisas e a nós mesmos(...)].

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  2. Este blogue está lindo. Entramos nele e perdemo-nos em “mil coisas”. É um lugar delicioso.

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  3. "Outras analogias"...
    Este blogue estava enguiçado...
    Não acreditava que o pudesse recuperar, tal como a "Varapau-de-Osso" e o "Chico-Pé-Fêde" em AMOR e DEDINHOS de PÉ de Henrique de Senna Fernandes, também ninguém acreditava que se pudessem casar.

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