quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

José Afonso... conhecido com carinho pelo "Zeca"!


Já passaram 30 anos!


Eu também estive num dos concertos do Coliseu (não sei se neste):





Hoje as TVs fizeram recordar-me o Zeca, conheci-o pessoalmente quando já se encontrava doente.

Aconteceu mais do que uma vez, quer no café do Hotel Esperança na Luísa Todi, quer no café à beira-rio junto aos barcos para Tróia em Setúbal. Juntava-me com amigos no café e ou ele já lá estava e chamava-nos ou então sentava-se na nossa mesa.

Ele não se encontrava sozinho, pois já necessitava de ajuda quer para andar, quer para lhe colocar o casaco pelas costas… mas nós só queríamos ouvi-lo, era um bom contador de histórias… gostava de as contar e olhar para as nossas caras... só tínhamos olhos para ele... tanto falava de quando andava em digressão com os miúdos (referia-se muitas vezes ao Júlio Pereira) até dos barulhos que fazia um mecânico que se instalou perto dele.

A maneira como contava os vários acontecimentos, desde os mais simples aos mais complexos... parecíamos que estávamos a vivê-los, como se de um filme se tratasse, a crítica social estava sempre presente, mas era descrita com uma subtileza que só estando com atenção a identificávamos.

Por nós ficávamos sempre mais um bocadinho… queríamos sempre mais… era uma tristeza quando ia embora… e acabou por não voltar, apesar de ansiosamente esperarmos pelo Zeca.

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É difícil escolher uma só canção, mas acabei por escolher a música “Carta a Miguel Djéje”... é maningue africana... fala da minha terra, o bairro da Ponta Gea, onde vivi vários anos... saber que é uma homenagem a um “mainato”... e que me faz lembrar que o meu Pai também teve vários amigos “mainatos” com quem continuou a se comunicar, mesmo depois de regressar a Portugal Continental.